BRONCOSCOPIA
A broncoscopia é um exame que permite a visualização da laringe, traqueia e dos brônquios. No ambulatório, sob sedação leve (sem necessidade de anestesia geral), é feita a introdução de um broncoscópio flexível, que pode ser utilizado em crianças e adultos.
O procedimento é comumente utilizado para diagnosticar e analisar o câncer de pulmão. O exame pode evitar uma cirurgia (mediastinoscopia), com menor custo, por meio de biópsia com agulha por punção guiada por ultrassom (EBUS). O EBUS também é útil para o estadiamento (estudo de estágio) do câncer em processo pré-operatório de pulmão, evitando cirurgias maiores e guiando o tratamento.
Entre os métodos de obtenção de amostras pela broncoscopia destacam-se:
- Biópsias endobrônquica e transbrônquica (BTB) – Obtenção de pequenos fragmentos, sob visão direta ou não, com o auxílio de uma pinça de biópsia.
- Lavado broncoalveolar (LBA) – Instilação seguida de aspiração de soro fisiológico no pulmão doente para recuperação do agente causador da afecção.
Esses métodos são particularmente úteis na sarcoidose, linfangite carcinomatosa, pneumonia eosinofílica, pneumonia de hipersensibilidade, proteinose alveolar e no diagnóstico do agente causador de infecções pulmonares (bactérias, vírus, fungos etc.) nos casos graves ou de falha terapêutica e em pneumonias hospitalares.
Outra situação em que a broncoscopia pode ser útil é no manejo dos abscessos pulmonares de difícil resolução com suspeita de lesão de brônquios ou corpo estranho (dentes, sementes, e outros materiais que possam ter sido aspirados acidentalmente). Nesses casos, a broncoscopia pode ser realizada para diagnóstico e para coleta de material, bem como para a retirada do corpo estranho.
A broncoscopia tem grande valor diagnóstico em pacientes com diminuição das defesas do corpo (imunocomprometidos) com acometimento pulmonar. O lavado broncoalveolar pode ser realizado facilmente, associado ou não a biópsias endobrônquica e transbrônquica.
Nos infiltrados radiológicos persistentes (manchas registradas no raio x ou na tomografia computadorizada que não desaparecem), quando a resolução do quadro é demorada, deve-se suspeitar de infecções não usuais, doenças imunológicas, infecções por fungos ou neoplasias. Para esses casos, a broncoscopia é um recurso diagnóstico de grande valor.
A hemoptise (expectoração com sangue) é a segunda mais frequente indicação de broncoscopia, sendo especialmente útil para os casos de sangramento persistente ou significativo ou em pacientes com risco aumentado de câncer de pulmão (fumantes).
A tosse persistente é uma queixa frequente que pode levar à broncoscopia e pode estar relacionada a alterações e lesões nos brônquios e alvéolos.